Mudam os personagens, os enredos, os desenhos, mas o sucesso permanece ao longo de décadas. Gibis ou histórias em quadrinhos como Batman, Mônica, Super-Homem, Homem-Aranha, Mafalda, Garfield, Cebolinha, Sandman, Goku e Seiya não perdem espaço entre crianças, adolescentes e adultos. Cinema e televisão aproveitaram várias vezes os personagens da "nona arte" - como entusiastas apelidaram quadrinhos - em produções que conquistaram o público. Um exemplo é o filme Batman - O Cavaleiro das Trevas, lançado em 2008. Batman arrecadou mais de 1 bilhão de dólares em bilheterias em todo o mundo. Além disso, faturou duas estatuetas de Oscar em 2009.
Mas qual o motivo de tanto sucesso entre pequenos e crescidos? "Acho que, inicialmente, a acessibilidade da linguagem: as imagens atraem crianças e jovens. Depois você percebe que há uma enorme variedade de histórias que podem ser contadas com desenhos e balões", afirma o servidor da Surel, Julio Rodrigues. Leitor de gibis desde criança, ele possui cerca de 500 publicações. Uma de suas prediletas é V de Vingança, de Alan Moore. O servidor do Deinf José Porfírio também gosta de ler gibis desde a infância.
"Inicialmente, o interesse era basicamente nas histórias. Gostava dos especiais da Disney. Na adolescência me interessei pelos quadrinhos de heróis. O interesse ia do universo fictício com heróis que apresentavam fraquezas humanas até a arte gráfica. Depois vieram quadrinhos europeus, mangás, do Neil Gaiman (escritor inglês de obras como Sandman) e os com conteúdo histórico real", lembra Porfírio, que possui cerca de 100 gibis.
Renovação A indústria dos quadrinhos tem se renovado para atender aos mais diversos gostos e públicos. Um dos lançamentos de sucesso foi a Turma da Mônica Jovem. Outro exemplo são os mangás que ganharam espaço nas bancas do Brasil. Mangá é o nome dado aos quadrinhos japoneses, impressos em preto e branco e lidos de trás pra frente. Segundo a funcionária da banca que funciona no BC, Alcione Alves, os gibis vendem bem. "Os que saem mais são o do Chico Bento, Cascão, Cebolinha, Homem-Aranha e Tex", afirma. "Alguns adultos compram os gibis dizendo que são para os filhos, só que a gente percebe que é desculpa", entrega Alcione. Na avaliação de fãs das histórias em quadrinhos, o preconceito com essas publicações é bobagem. "O mais curioso é que muita gente que condena os quadrinhos não lê nada ou lê coisas de gosto bastante duvidoso", avalia o servidor Júlio. Engana-se quem pensa que quadrinhos se resumem a publicações baratas encontradas em bancas. Há um leque de opções em livrarias, sites e lojas com preços para todos os bolsos. Uma edição de luxo de Watchmen chega a custar R$ 120,00, por exemplo.
Se você está disposto a entrar de vez no mundo dos quadrinhos, Porfírio e Julio têm dicas de leitura. "Minha sugestão é Calvin e Haroldo para um começo leve e alegre", disse Porfírio. Já Júlio recomenda "Maus", de Art Spiegelman. "A história é sobre a experiência do pai do autor como sobrevivente do Holocausto e usa animais para representar os personagens, tendo ganhado um Prêmio Pulitzer", sugere. Uma história em quadrinhos ganhou um Pulitzer?! Pois é.
Texto de: Paulo Henrique Viana
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